segunda-feira, 28 de maio de 2007

Pausa poética

(Zhang Bu)


Passa uma borboleta por diante de mim
E pela primeira vez no Universo eu reparo
Que as borboletas não têm cor nem movimento,
Assim como as flores não têm perfume nem cor.
A cor é que tem cor nas asas da borboleta,
No movimento da borboleta o movimento é que se move,
O perfume é que tem perfume no perfume da flor.
A borboleta é apenas a borboleta
E a flor é apenas flor.

Alberto Caeiro

2 comentários:

Anónimo disse...

Querida Mor,
A menina não para de me surpreender, cada vez mais intelectual! Sempre a lançar poemas que nos dão que pensar...
Infelizmente, tenho de lhe confessar que cada vez mais me convenço que, desde que fui mãe, tenho menos tempo para pensar.
Lembro-me vagamente de, nos anos anteriores aos últimos oito, ir deitar-me e ficar a perder-me em reflexões, mais ou menos elevadas, e de ter noites de insónias por causa de assuntos passados ou futuros.
Hoje em dia, acho que já estou a dormir quando me deito...
Também tenho lembranças dos momentos à luz do dia que passava em silêncio, em que fazia planos para o futuro, me recordava de factos passados ou compunha listas de coisas para comprar ou fazer.
São tempos idos, muitos longínquos. Nos dias de hoje, já nem sequer consigo ouvir-me a pensar. E quando finalmente se faz silêncio, já estou a dormir... Não, não é um lamento, mas apenas um desabafo!
Fique com a beijoca do costume da sua Ex-Bolha

mor disse...

Querida amiga sempre Bolha,
A querida é de todo o exemplo vivo do famoso ditado ""Ou se nasce ou não se nasce Bolha", em inglês "to be or not to be bubble" não há de todo prozac que possa combater o facto de ser uma bubble de corpo e alma...

Mas adiante, não se pense que nós bolhas não somos umas intelectuais!!! Somos monstruosamente cultas e tentamos combater essa qualidade inata porque somos MODESTAS, Super...
É por essa razão que semeamos o blog, aqui e ali, com poemas, frases e reflexões profundas...

Esta da borboeta está brilhante, porque no fundo o autor não via bem o mundo... Foi de súbito quando foi ao Oftalmologista que percebeu que estava de todo enganado... Para além de miopia era daltónico e observava vultos em movimento.
Eu até acho que o Alberto (o autor) é o meu primo Luizinho disfraçado pois há anos está a escloropan... Coincide! Tudo fruto de um desastre que teve no ferrari... Passou a bater muito mal como diz o povo!

Mas querida amiga, penso que anda exausta... Vai ter que ir um semestre inteirinho (no mínimo) para o Amanpuri fazer uma cura de sono... Vai ser um fartote de sestas!!! Mas digo-lhe que peça um tratamento levezinho pois da última vez que me fizeram a tal cura olearam-me mal os neurónios e pareço uma máquina de lavar a roupa em centrifugação cada vez que penso... O Bolhão até me diz "Oh querida pare de fazer essa cara de centriugação inteligente pois eu e os piquenos cada vez que a menina pensa não pregamos olho". Muito desagradavel!!!

Até logo e escreva sempre. Tenho himalaias de saudades da nossa dupla literária. Somos Pirilampas!!!