quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Le scaphandre et le papillon

Imaginem o que é ter o intelecto vivo dentro de um corpo morto...

Vi este filme no fim-de-semana e fiquei muito impressionada. Até porque me fez lembrar alguém que me era próximo e muito querido.

O filme é baseado no livro e vida de Jean-Dominique Bauby, (1952), jornalista, redactor-chefe da revista francesa Elle, pai de dois filhos que, foi vítima de uma doença que o deixou lúcido intelectualmente, mas paralisado por completo, só podendo respirar e comer por meios artificiais e mover o olho esquerdo.

Com o olho saudável piscava uma vez para dizer sim e duas vezes para dizer não. Com ele chamava também a atenção do seu visitante para as letras do alfabeto, formando palavras, frases, páginas inteiras. Assim escreveu o livro ”le scaphandre et le papillon”.

Por trás da cortina de pano roída pelas traças, uma claridade leitosa anuncia a aproximação da manhã. Doem-me os calcanhares, sinto a cabeça apertada num torno, e todo o meu corpo está encerrado numa espécie de escafandro. O meu quarto sai lentamente da penumbra. Observo pormenorizadamente as fotografias dos meus queridos, os desenhos das crianças, os cartazes, um pequeno ciclista de folha enviado por um camarada na véspera do Paris-Roubaix, e o cavalete que sustenta a cama onde estou incrustado há seis meses como um bernardo-eremita sobre o seu rochedo.”

Poucos dias depois do seu Livro ser publicado, a 9 de Março de 1997, Bauby morreu.
O escafandro era o seu corpo aprisionado, as borboletas a sua imaginação.

2 comentários:

Anónimo disse...

Grande filme! Adorei!

Anónimo disse...

Também já tinha visto e gostei bastante.