Direito ao Petit Nom

Nada como começar o dia a bebericar um green tea enquanto se folheia uma revista caras... Claro que depois também ajuda à boa disposição receber uma massagem eléctrico-capilar que elimina as pontas de cabelo espigado e me acorda os neurónios. O Yasatomoro (massagista capilar das mais afortunada, moi même) é um must...

Modéstia à parte mas estou em óptimo caminho para ser uma Napoleona, digo isto porque o Bonaparte tinha fama de conseguir fazer 7 coisas ao mesmo tempo (ler, escrever, falar, ouvir, pensar, não me lembro de mais nenhuma) e aqui a je já consegue fazer 4: beber chá, receber uma massagem capilar, folhear uma caras e bocejar... Fantástica!

Mas dizia eu que estava a ver umas fotografias de um casamento do jet set português, diga-se de passagem já não o mesmo desde que existe a possibilidade de ter uma perua homicida no meio do ramalhete, quando deparo com uma fotografia de uma matrona encorpada, com cerca de 1,90m, tamanho 48, com a seguinte legenda "Pequenina R." Desculpe mas disse Pequenina???!!!

Foi assim e através de uma verdadeira inspiração matinal que resolvi escrever sobre este tema...

Ora, se é bem verdade que o nome que escolhemos para os nossos rebentos é para toda a vida (tirando nomes tenebrosos com os quais as pessoas não se identificam e que vão a correr crismar-se ou pedir da conservatória a mudança de nome... Infelizmente habilitam-se a ouvir um "Dalila Lisetteeeeee" pronunciado por uma qualquer coleguinha indiscreta da primária) não é menos verdade que todas nós, sem excepção, temos um verdadeiro DIREITO a escolher a todo o tempo o nosso petit nom, tem é que ser com algum critério ou corremos o risco do redículo...

Por exemplo uma matulona não pode ter (sob pena de pensarmos que ensandeceu) como diminutivo "Pequenina" ou "Pequenita" tal como não pode ser apelidada de mignon...

Eu imagino que a cara Pequenina tenha um nome de fugir, daqueles pavorosos do tipo "Marlene Ágata R.", mas convenhamos que com o seu arcaboiço devia optar por ser Xaxão ou Tatão. A menina vai dizer "mas querida mor, o meu nome não termina em ão", digo-lhe querida amiga isso não interessa nada pois apesar de os associarmos a Assunção, Conceição, Anunciação (nomes católicos conotados com as melhores famílias) a realidade é que na maior parte das vezes as tais Xãxões genuínas tem nomes normalíssimos como Teresa, Maria, Mónica mas toda a gente as chama assim, são portanto petit noms inócuos que estão à mão de qualquer uma de nós.

Se for de estatura mediana pode sempre optar por petit noms do género Xú, Lú, Mi, Dú, Pi e Mana, esse último é uma pérola pois se a querida tiver um irmão é certamente mana de alguém... Vê como é fácil! Fica do melhor...

Claro que se for do estilo mignon (que é como quem diz roda baixa e nunca mas nunca estatura média alta para a zona de Cantão) e se chamar Melissa da Luz, porque o seu pai no acto do registo estava a tresler e enganou-se, pode sempre adoptar um distinto Luzinha em desprimor de "Lisa", "Melu", "Malu" ou mesmo "Lulu" que é nome de caniche. Capacite-se que toda a gente gosta de ter uma prima ou uma amiga Luzinha... Não pode ser mais bem disfarçado a chique!

Para pessoas igualmente mignons como nomes tenebrosos acabados com a letra "A" aconselho uma "Inha ", "Zinha"ou mesmo "Xinha".

Exemplo:
Carla Leopoldina Þ Leopoldazinha = Inha ou Zinha
Bel Dora Afonsina Þ Afonsinha = Inha
Aléxia Þ nunca mas nunca Xaninha, Alex ou Xana = naturalmente Xinha

As mignons podem ainda optar por um petit noms como Migalha, Piu, Rosinha, Papoila e finalmente Pequenina.

Querida, é óbvio que sei que a menina se chama Cátia Esmeralda mas a sua Mãe coitada sempre gostou de nomes originais como Migalha. Também é verdade que antes do 25/4 a sociedade era retrógrada e uma pasmaceira e como tal os tolinhos não a deixaram registar o nome de eleição. Por isso toca de adoptar o petit nom que a acompanhou TODA A INFÂNCIA...

Acho que é tudo por hoje! Até logo...