sábado, 23 de janeiro de 2016

Depus a máscara

Depus a máscara e vi-me ao espelho. —
Era a criança de há quantos anos.
Não tinha mudado nada...
É essa a vantagem de saber tirar a máscara.
É-se sempre a criança,
O passado que foi
A criança.
Depus a máscara, e tornei a pô-la.
Assim é melhor,
Assim sem a máscara.
E volto à personalidade como a um términus de linha.

Álvaro de Campos, in "Poemas"

2 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Viver sem máscaras é sempre o mais aconselhável.
Boa semana!

mor disse...

Viver não custa, custa saber viver.