quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Quando a ternura for a única regra da manhã

"Um dia,
quando a ternura for a única regra da manhã,
acordarei entre os teus braços,
a tua pele será talvez demasiado bela e a luz
compreenderá a impossível compreensão do amor.
Um dia,
quando a chuva secar na memória,
quando o inverno for tão distante,
quando o frio responder devagar
com a voz arrastada de um velho,
estarei contigo e cantarão pássaros
no parapeito da nossa janela, sim,
cantarão pássaros, haverá flores,
mas nada disso será culpa minha,
porque eu acordarei nos teus braços
e não direi nem uma palavra,
nem o princípio de uma palavra,
para não estragar a perfeição da felicidade." - José Luís Peixoto

2 comentários:

Anónimo disse...

Adoro o poema, e conheço bem o autor. Entretanto, hoje, por caso, a ternura foi de facto, a única regra da manhã. ;)

mor disse...

Olá Me Hate,
não há nada como os momentos dedicados unicamente à ternura.
Vou espreitar o teu blog!
Até qualquer dia.