Tema este sensível, que requer algum estudo e prudência para não ferir susceptibilidades. É que, estupendos leitores, nem todo o homem é um Gentleman, ou em português cavalheiro. Desculpem, uso a palavra inglesa porque a portuguesa é pavorosa e faz-me sempre lembrar carvalhelhos que, como sabem é uma água deprimente que combate as pérolas nos rins...
Diria mesmo que tirando uns poucos (nos quais incluo exemplares masculinos da minha fantástica e espectacular família e poucos mais), à semelhança dos patuscos pandas, os gentleman's estão praticamente em extinção.
Discretos, atentos, bem falantes, bons ouvintes, afáveis, trabalhadores, educados, desportistas, tradicionais, generosos, gentis, fazem humor sem malícia, vibram com uma partida de bridge, usam o alfaiate e barbeiro do pai, ou mesmo do avô, vestem smokings, camisolas coçadas, fraques e se procurarem bem até encontram uma casaca no sótão lá de casa (ficam bem com qualquer trapinho), seguram e abrem portas de lojas, de casa e de carros, carregam embrulhos, sobem as escadas à frente das senhoras, ajudam quem precise, jogam ténis, beijam mãos, sabem beber, dançar, comer, sabem estar, com savoir faire...
Digo-vos que, nos dias que correm não é de todo fácil ser-se gentleman.
Locais onde pode encontrar um gentleman: alfaiate, court, casa de chá, clube, mesa de bridge, barbeiro, casa, trabalho e por vezes nos copos com os amigos.
Já dizia o Quintana, “o verdadeiro gentleman compra sempre três exemplares de cada livro: um para ler, outro para guardar na estante e o último para dar de presente”. Ficam a saber…
Até qualquer dia!