quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Quando rever é reviver


Olhando para a minha querida filha, prestes a comemorar o seu primeiro ano de vida, lembro-me da minha própria infância, despreocupada e feliz.

Baloiços, festas, coroas, risos, recreio com uma grande árvore no jardim, marchas populares, restaurante Macau, os Avós, YSL, Pais sorridentes aos beijinhos, André e uma boneca ruiva, primos, sumo de laranja natural para sobremesa, jardins do casino de Estoril, panelão no Valbom, boquilhas, Sky de ouro, praia da Conceição, safaris, Guincho, Ursa, Benidorm, joalharia, três meses de férias, bicicleta, hotel Tivoli, Banzão, guten abend, gute nacht, figos, bombocas, Sebastião, cinema Tivoli, natação, canja com amendoim, gira-discos, come a papa, Joe Dassin, Brel, Ray Charles, Kreisler, bossa nova, ópera de libreto, um casamento em Seteais, Paris, as primeiras amigas, santini, aikido, elástico, lenço, apanhada, noites de pizza e chow mein, carrascal, coliseu, Dallas e balada de hill street, carnaval, Macau/ Cantão, cortes de cabelo na banheira a comer chupas, o cheiro dos armários da avó e os seus passos no corredor, muitas noivas, SG filtro, lãs que picam, perneiras, a casa nova, torradas e ducheses no carrossel, Verão em Itália, sessões de cinema matinais, passeios de barco no campo-pequeno e línguas da sogra, Setúbal, Bola e Booguie, carros de corrida, Mariquita Pérez, francês, pinturas no jardim, matemática dominical, conchas e búzios, mercadinho, Tv rural, Biscaia, bolbos, Vasco Granja, sobe balão sobe, bonecos de lata e idas para a cama às cavalitas, jogo do galo, cromos, Heidi, Maia, Marco, Tom Sawyer, papa léguas e Baltazar, bisca, lavar os dentes no banho, sestas, ovos mexidos com tomate, histórias ao deitar, fins de tarde em cascais.

Despeço-me com uma citação de Clarice Pacheco, escritora brasileira.
“Preciso reviver, eu bem sei,
mesmo que só na lembrança,
voltar à minha antiga casa,
rever a minha infância
e todos os momentos felizes que lá passei.”

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