Primeiro foi a loja de bolachas na esquina da Rua da Palha, seguiu-se a papelaria, depois a saudosa e tradicional barbearia Xangai (onde as mulheres da minha família de outras gerações fizeram as unhas), mais recentemente o restaurante Long Kei e a vaquinha, na semana que passou a barbearia Kak Lan...
Todos os dias fecham lojas que estiveram a atender ao público longas décadas. Os tin tins abandonados à sua sorte com menos mobília e antiguidades fazem dó!
O Centro de Macau da minha infância que eu tanto gostava e conhecia está a desaparecer, dando lugar a horrorosas lojas de biscoitos e carne seca, fast food e Sasa’s.
É o progresso, a lei da oferta e procura, oiço por aí, os preços das rendas que não param de subir! As fachadas, totalmente descaracterizadas, deixam antever um centro amorfo, com lojas todas iguais, onde não existem clientes habituais não nos tratam pelo nome, não sabem quem nós somos.
É pena não seguirmos o exemplo de Hoi An (no Vietname), também património da Unesco, onde apesar de viverem do turismo, o comércio tradicional se mantém e até serve de chamariz. É ver as fachadas todas diferentes, bem recuperadas, sorridentes clientes locais, galerias em várias esquinas, ferragens, mercearias, barbeiros, restaurantes cuidados, hospedarias.
Quando os turistas deixarem de se interessar por biscoitos e afins vamos ter um feio centro desértico pois, as gentes de Macau, por ali não encontrarem nada do que precisam, só multidão, desacostumaram-se a passear-se pela “baixa”...
Muita pena.
4 comentários:
Concordo perfeitamente! Que saudades eu tenho da nossa Macau de há 25 anos, sem as multidões que nos atropelam pelas ruas; sem essas lojecas, todas iguais umas às outras; de ir beber um batido de banana e comer uma torrada na vaquinha no Largo do Senado. Progresso é supostamente melhor, mas não necessariamente em tudo, é pena não haver equilibrio ou vontade! Enfim...é o que temos, pelo menos da nossa memória ninguém pode apagar :)
Concordo plenamente! Que saudades eu tenho da nossa Macau de há 25 anos: sem as multidões de gente a atropelar-nos pelas ruas; sem essa lojecas, iguais umas às outras, ir à vaquinha do Largo do Senado lanchar um batido de banana e uma torrada... Progresso não é, necessáriamente, sinónimo de melhor, pelo menos em tudo, especialmente quando parece não haver equilibrio ou vontade! Enfim...pelo menos, na nossa cabeça as memórias permanecem :)
Macau era uma cidade tão diferente das cidades vizinhas. Corremos o sério risco de ficar igual à outras... Nessa altura ninguém nos vai querer visitar.
É triste.
concordo em tudo o que disse, é mesmo triste. tenho saudades do macau de antigamente.
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