terça-feira, 18 de agosto de 2009

"Lá em casa"

A propósito de uma reportagem no telejornal de ontem da Rtpi* sobre inseminação artificial em éguas de competição (de uma importância atroz para o país e para o mundo), onde o suposto criador começou a entrevista com a frase “lá em casa”, como quem diz “sempre fomos criadores à grande de gado, falamos tu cá tu lá com cavalgaduras”, só tenho a dizer que fica sempre bem começar as frases com um “lá em casa” ou um “lá por casa”... Assim como assim ninguém sabe minimamente como é a sua casa nem como são os restantes piquenos que compõem a família (podem até ser medonhos) e assim os queridos podem inventar imenso, dizer imensas petas pois, vai ser dificílimo alguém conseguir provar que os meninos são uns grandessíssimos mentirosos!

É muito fácil: começa-se por um lá em casa e depois adicionam-se as criadas (nada de empregadas ou auxiliares que faz logo lembrar o 25/04 e é uma depré), a herdade, o monte, o solar (depende da localização nunca confundir), a moradia, a piscina, as cabeças de gado, os hectares, os carros (jipes ou topos de gama), os barcos e as viagens...

Depois de composto o ramalhete pode dizer que a famelga sofreu imenso com 25/04 (os empregados, operários, agricultores, etc, revoltaram-se, imagine-se os ingratos que sempre foram optimamente bem tratados pelos capatazes e pelo chefe da família) e que a família teve que ir de debandada para o Brasil (daí ter uma prima afastada Sandra Solange e uma sobrinha Marluce Cristiana), onde todos se deram lindamente com Jet 7 local... Pode inventar à vontade pois a maior parte das pessoas só conhece brasileiros das telenovelas e são praticamente inacessíveis...

Se a sua família tiver, digamos, mau ar pode sempre dizer que ficaram assim dos anos de privação derivados das ocupações agrárias... Pode também dar a entender que a sua mãe-óptima-gente (if you know what I mean) se casou por amor com o seu pai-não-tão-óptima-gente-mas-riquíssimo, ficando assim explicado porque é têm todos um ar tão duvidoso. O amor dá um toque de sacrificio pois, não deve ser de todo fácil conviver abaixo da condição social ... Um casamento que una nome e dinheiro é muito mais comum do que se pensa.

Como podem ver a frase “lá em casa” dá para desenvolver imenso... Digam lá se não sou amiga?! Por hoje fico por aqui, estou exausta de tanto escrever. Até breve!

*nem sei porque teimo em ver o telejornal, ontem o dito durou 1h30, conseguiram dar relevância a tudo o que não era actual... Houve reportagens sobre cuidados paliativos em hospitais, a inseminação nas ditas éguas e um parque temático Finlândia no Brasiuuuu. Não dá!

2 comentários:

Rita C´est ma vie disse...

Olá! Está a gostar da Sétima Porta? Tenho lá em casa mas ainda não comecei a ler.
É bom ter o teu blogue de volta ;)
Bjs

André O disse...

"cá por casa" adoramos o teu post, até o nosso pessoal( a Maria 1,Maria 2 e o José) gostou! fico contente de ler coisas tuas! bjs apertados.
André