A brincar a brincar, os meus batatas estão confinados em
casa desde Fevereiro deste ano, sem aulas presenciais, só online...
Diga-se de passagem que a escola online é o pesadelo dos
pais. As crianças sentem-se de férias, os pais trabalhadores têm uma tripla
função, são pais, professores e carcereiros. Sempre a ver se as crias
rendem, se estão atentas e se têm tudo em dia.
São aulas gravadas, em zoom, filmagens, trabalhos enviados por email, power points, pinturas, contas, até trabalhos de teatro são enviados (pelo amor à santa é o verdadeiro disparate).
Lá por casa andamos todos saturados desses papéis. Os
rendimentos mínimos que são os nossos filhos, fogem a sete pés quando lhes
perguntamos pelas aulas e andamento dos trabalhos. O cenário piora
vertiginosamente quando lhes pedimos para nos resumirem o que aprenderam.
Eu cá ando estafada, de rastos, anémica de saudades da vida
normal. Com horários e tarefas bem definidas!
As saudades da normalidade são talvez proporcionais ao grau de receio que
tenho das contaminações, agora que o regresso escolar tem data definida. Todos
os dias lhes lavo os cérebros sobre a necessidade de lavarem as mãos, não tocarem
na cara, não andarem colados aos amigos… Vai ser difícil interiorizarem. Sofro!