Resto eu, a piquena patusca astuta, simpática, girérrima, imodesta mas muito realista Mor, só e abandonada, à espera das outras bolhas…
quarta-feira, 30 de setembro de 2015
A palavra que desnudo
"Entre a asa e o voo
nos trocámos
como a doçura e o fruto
nos unimos
num mesmo corpo de cinza
nos consumimos
e por isso
quando te recordo
percorro a imperceptível
fronteira do meu corpo
e sangro
nos teus flancos doloridos
Tu és o encoberto lado
da palavra que desnudo"
nos trocámos
como a doçura e o fruto
nos unimos
num mesmo corpo de cinza
nos consumimos
e por isso
quando te recordo
percorro a imperceptível
fronteira do meu corpo
e sangro
nos teus flancos doloridos
Tu és o encoberto lado
da palavra que desnudo"
Mia Couto
terça-feira, 29 de setembro de 2015
Voto por correspondência
E pronto, já votei. Se tudo correr bem o meu voto chega a tempo para a contagem. Teria sido mais fácil ir votar ao consulado.
Bom dia!
domingo, 27 de setembro de 2015
O que temos
"Deixei contigo o meu amor,
música de açúcar a meio da tarde,
um botão de vestido por apertar,
e o da vida por desapertar,
a flor que secou nas páginas de um livro,
tantas palavras por dizer
e a pressa de chegar,
com o azul do céu à saída.
por entre cafés fechados e um por abrir.
Mas trouxe comigo o teu amor,
os murmúrios que o dizem quando os lembro,
a surpresa de um brilho no olhar,
brinco perdido em secreto campo,
o remorso de partir ao chegar,
e tudo descobrir de cada vez,
mesmo que seja igual ao que vês
neste caminho por encontrar
em que só tu me consegues guiar.
os murmúrios que o dizem quando os lembro,
a surpresa de um brilho no olhar,
brinco perdido em secreto campo,
o remorso de partir ao chegar,
e tudo descobrir de cada vez,
mesmo que seja igual ao que vês
neste caminho por encontrar
em que só tu me consegues guiar.
Por isso tenho tudo o que preciso
mesmo que nada nos seja dado;
e basta-me lembrar o teu sorriso
para te sentir ao meu lado."
mesmo que nada nos seja dado;
e basta-me lembrar o teu sorriso
para te sentir ao meu lado."
Nuno Júdice, in O Estado dos Campos
sexta-feira, 25 de setembro de 2015
Lembrete
Para a semana só temos dois dias úteis...
Yyyyyyyyyyyuuuuuuuuuppppiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!
Se eu gostar de mim, quem não gostará?
Se há coisa que não consigo compreender é falta de amor próprio e o desleixo que se reflecte na imagem.
Apesar de não ser vaidosa, preocupo-me com a minha imagem e gosto de estar cuidada, penteada, bem vestida, essencialmente para mim e depois para os outros.
Com a maternidade passei a ter menos tempo para manicure, compras, cabeleireiro, SPA ou mesmo ginásio pois passo os dias numa corrida casa-colégio-trabalho-tarefas mas, nem por isso deixei de me olhar ao espelho ou descurei no meu eu.
Isto aplica-se a homens barrigudos e despenteados (lumberjack barbudos incluidos) e a mulheres desleixadas, de braços caídos, como se estivessem arrumados e os anos dourados tivessem passado há muito.
Bem sei que podem estar tristes e deprimidos mas o desleixo não os vai ajudar a sentir melhor. Quando os vejo desgrenhados e descuidados, sem sequer conjugar as roupas, as cores, tudo pingão, lembro-me do slogan de um anúncio a uma marca portuguesa de leite: se eu gostar de mim, quem não gostará?
Acordem! Ainda é o vosso tempo, abram os olhos, penteiem-se, façam exercicio, cuidem-se... A vida não volta para trás...
Bom dia!
quinta-feira, 24 de setembro de 2015
Don't go!
quarta-feira, 23 de setembro de 2015
Marmelada seca
O meu querido filho que, sai ao avô e não gosta nada de doces, pela-se por marmelada. Todos os dias depois das refeições, sem pestanejar, marcham duas ou três fatias, desta deliciosa marmelada que compro na mercearia portuguesa, em S. Lázaro.
Temos guloso! Boa tarde...
Chuva
Quando chove ao fim do dia, chego a casa, calçamos as galochas, vestimos os impermeaveis e vamos para a rua saltar em cima das poças, a fazer lembrar os dias em que fui criança (tão bons, Mãe).
Para a Loufuzinha e para a Peppa Pig, as poças de água são "muddy puddles". O Bebé calça as galochas sózinho.
Anteontem à noite pouco chovia por isso fomos a pé, a marchar, visitar a Avó enquanto cantavamos a música dos anõezinhos da Branca de Neve.
Bom dia!
terça-feira, 22 de setembro de 2015
Gostos não se discutem!
Não consigo compreender o fascínio por esta senhora obesa
que, alguns apelidam de ícone no que toca a estilo.
Ingere na certa muito mais calorias diárias do que é recomendável,
o que a torna avantajada, anda numas figuras de bradar aos céus, sem pingo de
gosto, é pirosa e possidónia mas tem milhares de seguidores.
Gostos para tudo! Bom dia...
segunda-feira, 21 de setembro de 2015
Filhos
"Os filhos são como as águias, ensinarás a voar mas não voarão o teu vôo. Ensinarás a sonhar, mas não sonharão os teus sonhos. Ensinarás a viver, mas não viverão a tua vida. Mas, em cada voo, em cada sonho e em cada vida permanecerá para sempre a marca dos ensinamentos recebidos". - Madre Teresa di Calcutta
As teias da Lei
Foi esta série que me levou a
decidir tirar o curso de direito. Ía ser a melhor advogada da cidade, ao
estilo Americano das series de tv.
Neste meu delírio imaginativo, onde
só a profissão importava, imaginava-me a correr para o Tribunal de saia
travada, saltos altos, impecável, pasta, toga e a dizer tudo o que pensava ao
MP e ao Juiz, rebatendo argumentos e defendendo os meus clientes, inocentes e
absolvidos, evidentemente...
Seria sócia do escritório ao fim de um ano de trabalho ardúo e iria lutar sempre na defesa dos oprimidos e inocentes.
Qualquer semelhança com a
realidade é pura ficção!
Bom dia.
sábado, 19 de setembro de 2015
Obrigada Elvira
Não sei quem é a Elvira, sei que é dos Açores e que escreve também em Francês. Tem dois blogues de culinária, de onde tirei uma fantástica receita doce, de seu nome delicia de maçã para aproveitar as muitas maçãs que o Bolhão recebeu num cabaz da festa da Lua. Deliciosa!
Bom dia!
sexta-feira, 18 de setembro de 2015
O melhor dos meus dias
Sextas feiras à noite com sessão de cinema e festa de pijama, depois de jantarmos com os queridos Pais/ Avós.
Montamos os colchões na sala, trazemos cobertores e almofadas, vestimos o pijama, comemos pipocas e vemos desenhos animados.
Tão bom!
Afinal a vida não é como a imaginámos!
Olhando para trás vejo que a fase
da vida onde fui mais plenamente feliz foi durante a infância… Espero que os
meus filhos um dia pensem o mesmo que eu. Sem preocupações, só brincar, tudo
decidido pelos outros com liberdade que baste, bons colégios, muitos amigos,
não me faltou nada. Felizmente, adoro os meus queridos pais (nunca conseguirei agradecer
o suficiente) e a nossa ligação continua cheia de bons e felizes momentos.
O primeiro choque da idade adulta
é ter de trabalhar. Não ser “rendimento mínimo”. Ter de ficar no escritório
cerca de 10 horas por dia. Ia tendo um treco. Doíam-me tanto as costas. Só queria sair
dali. Mas até que tive sorte, no primeiro ano do meu primeiro emprego, como
vivia com os meus pais, só aforrava, vivia numa segunda adolescência com
dinheiro próprio para viagens, jantar fora, compras.
Quando me casei, tinha tempo
para tudo, viajar, passear, trabalhar, fazer ginástica, namorar… Depois quisemos ter filhos que tardavam. Ao
fim de cinco anos nasceu a primeira filha, a Loufuzinha, passado dois
anos o bebé E., trouxeram tantas alegrias e animação como noites mal dormidas
(podem imaginar quanta alegria).
Perguntaram-me no outro dia se
sou feliz. Ao contrário do que pensava na infância, não há felicidade plena, todos
nós temos os nossos momentos, problemas, amarguras e frustrações, insónias, o emprego que
talvez não gostemos tanto, a profissão que não é de sonho, alguém que precisa de ajuda, o stress do dia a dia,
as contas para pagar, mas temos que saber aproveitar o melhor dos nossos dias.
O abraço ao fim do dia, as
corridas ao entardecer e as escondidas, as conversas entre pais e filhos (sendo
eu a filha), as perguntas inocentes, os mergulhos na piscina, as bricadeiras entre avós e netos, beber um copo a
dois, os jantares de quinta e sexta-feira, os passeios de mãos dadas, cozinhar, ter tempo
para ir às compras, dançar, conversar com amigos, as cabanas feitas de lençóis, todos esses momentos
me fazem sorrir…
Dois filhos saudaveis, a companhia dos nossos Pais, emprego, casa e roupa lavada e o bolhão como companheiro de vida, posso dizer que estou numa segunda infância no que toca a momentos felizes...
Bom karma e atitude positiva são meios caminho para uma vida feliz. Bom fim-de-semana!
Bom karma e atitude positiva são meios caminho para uma vida feliz. Bom fim-de-semana!
quinta-feira, 17 de setembro de 2015
Bodas de estanho
Passaram num ápice.
Parabéns a nós, meu amor!
terça-feira, 15 de setembro de 2015
Cada um pode fazer diferença
Estou à espera de receber o ordenado para fazer donativos à Unicef e
à Save the Children.
Há pessoas que não preciso de conhecer para perceber a imensidão da sua integridade e humanidade. Uma delas é a Laurinda Alves.
Uma das muitas razões está aqui.
Até amanhã!
Apanhar as canas
A festa da Loufuzinha foi um sucesso. Adorou, estava feliz e
adormeceu ferrada quando chegou a casa. Confesso que a certa altura estava com
os olhos tortos pois 30 e tal crianças aos pulos e em delírio não é fácil...
Tínhamos programado um copo ao pôr-do-sol, depois da festa,
mas era tanto o cansaço que desistimos e jantamos restos em casa.
No dia seguinte recompusemo-nos com um dia passado na
piscina.
Boa semana!
sexta-feira, 11 de setembro de 2015
Sobre a Uber
Ninguém quer ligar à Uber a suplicar para abrirem urgentemente negócio em Macau?
Continua a ser uma aventura apanhar taxi... Não há!
Bom fim-de-semana.
Continua a ser uma aventura apanhar taxi... Não há!
Bom fim-de-semana.
Nunca esquecer
2.996 mortos.
Li uma vez que, a razão de as pessoas se atirarem de um edíficio em chamas, se prende com o instinto de sobrevivência pois, o calor e a desorientação é tanta que o instinto é saltar... Como os escorpiões quando rodeados por chamas. Uma morte horrivel.
14 anos... O mundo cada vez mais dividido.
Em preparação
Antes de sair de casa, de manhã, tinha feito uma serradura e um pão de ló... Devia ir para doceira! Adoro cozinhar e planear. Recentemente descobri que gosto muito de recortar... As coisas que se descobrem quando se tem filhos.
Este fim-de-semana continuamos as comemorações. Merece...
Bom melhor dia útil da semana!
quarta-feira, 9 de setembro de 2015
terça-feira, 8 de setembro de 2015
I Feel Pretty
Desde que o ouvi o Plácido de Domingo em Macau que a música "I Feel Pretty" não me sai da cabeça.
Esta versão põe qualquer pessoa de bom humor! Bom resto de dia...
Still Alice
Tão triste! Estou a meio e já me fartei de chorar. O que mais entristece é parecer que ninguém dá a importância devida à matriarca.
É aproveitar a vida.Bom dia!
Da observação
"Não te irrites, por mais que te fizerem...
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil recreio..."
Estuda, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil recreio..."
sábado, 5 de setembro de 2015
5 anos, Loufuzinha!
Faz hoje 5 anos que me tornei
Mãe.
Ansiei por esse momento durante
tanto tempo que, no início, fiquei cilindrada, em choque. Quando desci das nuvens amei
intensamente todos os milímetros do teu ser, a tua pele, o teu cabelo, o teu choro e o teu
cheiro.
Decorridos 5 anos sei hoje que sempre
estive talhada para ser Mãe de uma querida filha, tão especial como tu, Maria. O
amor que sinto por ti é tão avassalador que nem todas as estrelas que há no céu
são suficientes para o quantificar...
O tempo passou tão depressa que me custa acreditar que o bebé sorridente e bem disposto é hoje uma linda menina.
Muitos parabéns meu amor, espero
que tenhas um dia muito feliz, minha Loufuzinha!
sexta-feira, 4 de setembro de 2015
Inspira, expira
Para o aniversário do ano...
Todos os dias ouvimos "é amanhã que faço anos?"
Sim querida, é amanhã!!!
Refugiados
Vamos ver se o mundo
acordou com a imagem chocante do bebé sírio, morto numa praia turca...
Espero que a onda de indignação
faça com que os Estados sejam forçados a agir, intervindo directamente nestes
conflitos armados que não são mais do que guerras civis que lesam, sobretudo,
inocentes.
Há meses que se fala no drama das
pessoas em fuga, aparecem diariamente trágicos relatos nos noticiários mas
parece que a humanidade perdeu a faculdade de se ver no próximo.São refugiados, civis que estão a fugir da guerra, fazem o que nós faríamos se estivéssemos na mesma situação. Merecem ser tratados como nós gostaríamos de ser tratados se vivêssemos um drama semelhante.
Mundo tão triste.
quarta-feira, 2 de setembro de 2015
Um site delicioso
Estou seguidora e a adorar.
http://www.cincoquartosdelaranja.com/
Vou comprar os livros.
Bom feriado!
terça-feira, 1 de setembro de 2015
Recomeço
A Loufuzinha entrou hoje no último ano da infantil! Contente com a mochila nova da frozen mas tristonha por acabar as férias e deixar o irmão em casa (só começa a creche em meados de Outubro).
No primeiro dia de aulas tenho sempre o coração apertado, por ver como cresce tão depressa e por a sentir ainda tão pequenina para estas andanças.
Bom dia!
Parabéns, Mano
Que contes muitos e felizes!
Tua, sempre irmã,
Mor
"Irmão, Irmãos
Cada irmão é diferente.
Sozinho acoplado a outros sozinhos.
A linguagem sobe escadas, do mais moço,
ao mais velho e seu castelo de importância.
A linguagem desce escadas, do mais velho
ao mísero caçula.
São seis ou são seiscentas
distâncias que se cruzam, se dilatam
no gesto, no calar, no pensamento?
Que léguas de um a outro irmão.
Entretanto, o campo aberto,
os mesmos copos,
o mesmo vinhático das camas iguais.
A casa é a mesma. Igual,
vista por olhos diferentes?
São estranhos próximos, atentos
à área de domínio, indevassáveis.
Guardar o seu segredo, sua alma,
seus objectos de toalete. Ninguém ouse
indevida cópia de outra vida.
Ser irmão é ser o quê? Uma presença
a decifrar mais tarde, com saudade?
Com saudade de quê? De uma pueril
vontade de ser irmão futuro, antigo e sempre?"
Carlos Drummond de Andrade
Sozinho acoplado a outros sozinhos.
A linguagem sobe escadas, do mais moço,
ao mais velho e seu castelo de importância.
A linguagem desce escadas, do mais velho
ao mísero caçula.
São seis ou são seiscentas
distâncias que se cruzam, se dilatam
no gesto, no calar, no pensamento?
Que léguas de um a outro irmão.
Entretanto, o campo aberto,
os mesmos copos,
o mesmo vinhático das camas iguais.
A casa é a mesma. Igual,
vista por olhos diferentes?
São estranhos próximos, atentos
à área de domínio, indevassáveis.
Guardar o seu segredo, sua alma,
seus objectos de toalete. Ninguém ouse
indevida cópia de outra vida.
Ser irmão é ser o quê? Uma presença
a decifrar mais tarde, com saudade?
Com saudade de quê? De uma pueril
vontade de ser irmão futuro, antigo e sempre?"
Carlos Drummond de Andrade
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